12/17/2008

Contos de Natal - 3º Ano de Escolaridade

CONCURSO – CONTO DE NATAL
As Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas Bernardino Machado, em colaboração com todos os professores do 1.º, 2.º e 3.º Ciclos, promoveram um Concurso de “Contos de Natal” apelando à imaginação e criatividade dos alunos.
Os objectivos deste concurso, para além de se assinalar a época Natalícia, era ser um pretexto para se trabalharem as competências ao nível da escrita, da construção de textos, lacunas manifestadas pelos alunos aquando da realização das Provas Aferidas.
Pelo elevado número de participantes, sobretudo ao nível do 1.º ciclo, e pela qualidade dos textos apresentados, os objectivos foram plenamente atingidos.
Dada a grande quantidade e qualidade dos contos, os mesmos irão ser compilados em forma de livro para que este trabalho de qualidade não se perca, e por outro lado, para servir de motivação a outros alunos e também como suporte de trabalho nas próprias aulas.
É de enaltecer a dedicação e o empenho dos alunos, mas também dos seus professores. Estão todos de parabéns!
Apesar do regulamento só prever dois prémios por anos de escolaridade, foi acrescentado um terceiro a cada um dos anos devido à quantidade e qualidade dos trabalhos apresentados. A tarefa do júri não foi nada fácil, mas saliente-se que são todos vencedores pela excelente qualidade de todos os trabalhos apresentados.

3.º Ano: 1.º lugar – José Pedro Ferreira e Joaquim Pinto (EB1 de Mogege); 2.º lugar – Joana Martins Azevedo (EB1 de Montelhão); 3.º lugar – Márcia Gonçalves e Paulo Gonçalves (EB1 de Mogege)

Os contos premiados podem ser vistos e apreciados por alunos, pais e encarregados de educação, pois estão expostas na Biblioteca da EB 2/3 Bernardino Machado.
Façam uma visita!
Manuel Oliveira e Francisca Albuquerque – Coordenadores das Bibliotecas Escolares


Um Natal feliz

Numa bela noite, já próximo do Natal, o João e a Maria estavam a montar o seu presépio: um grande rio, uma montanha com uma gruta, pastores a pastar as suas ovelhas… ao lado estava uma grande árvore de Natal com muitas luzes: amarelas, cor-de-laranja, douradas, azuis, roxas… O João era o mais pequeno e divertiu-se muito com a sua irmã.
- Maria, o que vamos pôr no topo da árvore? – Perguntou o João.
- Vamos pôr uma estrela, como todos os anos.
- Realmente…
- Estava a olhar para o presépio e acho que nos falta alguma coisa. – disse a Maria.
- Pois é. Mas o quê?
- Ah!..Já sei. Falta o musgo.
- Então vamos ter de ir ao monte arranjá-lo.
- Mas já está quase a anoitecer. Não podemos demorar.
Pelo caminho iam com atenção a tudo o que se passava. Viram muitos animais: esquilos, coelhos, cucos, pica-paus e outros pássaros. De repente apareceu um lobo com um olhar feroz. Desataram a correr. O lobo foi atrás deles com grande velocidade. Durante a fuga encontraram uma cabana com a porta aberta, entraram e esconderam-se. De repente, começaram a ouvir ruídos e passos que se aproximavam.
No escuro viram um vulto que acendeu as luzes. Com medo, tremiam. Viram um homem alto, um pouco velho, com a barba por fazer, com roupas sujas, mas com uma voz meiga.
- Quem está aí? – perguntou o homem.
Os meninos não responderam porque estavam cheios de medo. O homem começou a procurar e encontrou-os metidos dentro de um armário velho. Apavorados, os dois tentaram fugir, mas a porta da cabana estava fechada e com o medo nem conseguiam abri-la.
- Tenham calma meninos. Estou sozinho. – disse o velho.
As crianças acalmaram-se e perguntaram quem ele era.
- Chamo-me Diogo. E vocês?
- Eu sou o João e ela é a Maria. Que está aqui a fazer?
- Sou um pobre velho. Estou sozinho aqui nesta cabana.
- Não tem família? – perguntaram ao mesmo tempo.
- Não tenho família porque os meus pais me abandonaram quando eu era bebé e eu tive de ir para um orfanato. Depois de crescer nunca consegui ter um emprego e acabei por construir esta cabana que é a minha casa.
Com pena do senhor, os pequenos fizeram-lhe um convite:
- Quer ir passar o Natal connosco?
- Claro que sim. Mas será que os vossos pais vão deixar?
- Nós conseguimos convencê-los.
Enquanto isso, em casa, os pais descobriram que os filhos tinham desaparecido e estavam muito preocupados.
- Onde será que se meteram? – questionou o pai.
- Não sei. Ainda há pouco estavam a fazer o presépio. – respondeu a mãe, aflita.
Pouco depois os filhos apareceram em casa com o mendigo. Os pais, surpreendidos, perguntaram quem era o homem que estava com eles.
- É um mendigo que nós encontrámos. – respondeu o João.
- Mas vocês não sabem que não devem falar com estranhos e muito menos trazê-los para casa?
- Mas ele é apenas um mendigo! – explicou o João.
- Não nos vai fazer mal. – continuou a Maria.
- Fomos ao monte buscar musgo para o presépio, fomos perseguidos por um lobo e escondemo-nos na cabana deste senhor. Como ele está sozinho no Natal nós convidámo-lo para vir passar o Natal connosco.
- Não, ele não pode ficar aqui connosco.
- Mas mãe, ele não tem família, viveu num orfanato e nunca teve um Natal feliz. Vá lá.
- Pronto, convenceram-me. Mas depois vamos ter uma conversa. Pode ficar.
- Oh!! Com tanta tristeza esquecemo-nos do musgo. – lembrou a Maria.
- Desta vez vou convosco.
Foram com a mãe buscar o musgo. O senhor Diogo e o pai acabaram de enfeitar a árvore de Natal. Pouco depois chegaram carregados. A mãe e a Maria fizeram uma fogueira, enquanto acabavam de montar o Presépio. No fim, foram jantar.
Comeram batatas cozidas com bacalhau e para sobremesa havia rabanadas e aletria. Estava tudo delicioso. No final do jantar, o João lembrou-se:
- E os presentes?
- O Pai Natal ainda não chegou. – respondeu a mãe.
- Mãe, preciso falar contigo. – disse o menino. E foram para o quarto.
- O senhor Diogo não vai ter presentes. – disse, triste.
- Olha, diz à Maria para ir contigo fazer um desenho.
- Um desenho é pouco. E se fosse uma pintura?
- Pode ser. – E puseram mãos à obra.
Pintaram uma árvore de Natal e ofereceram-na ao senhor. Ele ficou emocionado. Todos se abraçaram como uma família. Depois foram ver o resto dos presentes que estavam em baixo da árvore de Natal. Foi uma alegria. O senhor Diogo passou a visitá-los sempre nesta época.

Novembro de 2008 / Agrupamento de Escolas Bernardino Machado - Joane
Escola Básica de Mogege - 3.º ano de escolaridade - 1º Lugar
José Pedro Ferreira
Joaquim Pinto

A Rita visita o Pai Natal

Era véspera de Natal. As casas e as árvores estavam cobertas de neve branquinha e gelada. Em casa da Rita estavam todos muito atarefados com os preparativos de Natal. Era preciso fazer as rabanadas, os mexidos, a aletria… Também tinham que começar a decorar a árvore de Natal com bolinhas, luzes, fitas coloridas e pôr o presépio. De seguida, foram dormir e a Rita disse à mãe: - Estou ansiosa que chegue amanhã. - Porquê? – Perguntou a mãe. - Porque assim, quando acordar, já terei as prendas de Natal. Já estava a ser meia-noite, quando a Rita acordou sobressaltada na cama e ouviu um barulho. Pôs-se a pé da cama e foi ver o que se passava. Espreitou cuidadosamente por detrás da parede e viu um senhor de barbas branquinhas com um fato vermelho e um saco castanho cheio de presentes. Percebeu logo que era o Pai Natal. Mas, de repente, desequilibrou-se e caiu. Pôs-se a pé e ficou um pouco assustada porque nunca tinha visto o Pai Natal em pessoa. Queres vir comigo ao Pólo Norte? – Perguntou o Pai Natal. Sim, quero – disse a Rita. E lá subiram os dois pela chaminé acima, cheia de cinza. Quando chegaram ao cimo, lá estava o trenó do Pai Natal com as suas oito renas. Distribuíram os presentes e o Pai Natal levou-a a conhecer a sua fábrica e os seus cem gnomos. Quando o Pai Natal já tinha mostrado a fábrica e os seus gnomos à Rita, foram dar uma volta de trenó com as oito renas. Lá do alto viram um pobre mendigo cheio de frio. A Rita viu o mendigo e disse para o pai Natal parar o trenó e levar o mendigo para sua casa; lá passariam um feliz Natal. O Pai Natal parou o trenó e deu-lhe roupas quentes. De seguida, a Rita disse: - Posso ir para casa e levar o pobre mendigo comigo? - Sim podes. Mas antes anda comigo a minha casa. Vou-te dar um chapéu de Pai natal e uma rena de peluche. Quando a Rita acordou foi também acordar os seus pais. Apresentou o mendigo e todos os Natais ele ficava lá.
Devemos ajudar quem precisa porque é um acto de amizade e de amor.

Novembro de 2008
Agrupamento de Escolas Bernardino Machado/EB1 de Montelhão
Joana Martins Mendes Monteiro de Azevedo – 3.º ano de escolaridade - 2º Lugar

Um grande presente de Natal

Numa véspera de Natal, Inês e Nuno, dois irmãos muito pobres não tinham para onde ir e andaram às voltas sem rumo. Acabaram por encontrar uma aldeia chamada Natalícia. Nessa aldeia havia coisas maravilhosas. Encontraram um casarão enorme e a Inês disse:
- Uau! Que casarão tão grande!
- Pois é! – disse o Nuno. Parece um palácio.
Os dois aproximaram-se da porta e tocaram à campainha. Trrim! Trrim!...
O casal que vivia na mansão abriu a porta e espantados, exclamaram:
- Ai que ricos meninos! Que fazem por aqui?
- Andamos perdidos por aí sem ter para onde ir. Não temos casa. – contou o Nuno.
- Mas é Natal, e ninguém deve ficar sozinho esta noite. Vá lá, entrem.
Os dois irmãos entraram e foram para a sala de jantar. Estava decorada com coisas de Natal fantásticas que eles nunca tinham visto: uma árvore enorme, com bolas e fitas de todas as cores, luzes brilhantes e, no cimo, um grande e bonito anjo. Ao lado havia um presépio. À volta estavam muitos presentes. A lareira estava acesa. Aproximaram-se, sentaram-se e num instante ficaram quentinhos.
- Como se chama? – perguntou o menino.
- Chamo-me Maria Beatriz. O meu marido chama-se Zé Carlos.
Os dois irmãos contaram a sua vida, que não tinham pais nem família e passavam os dias sempre sozinhos, com frio e fome.
Maria Beatriz calculou que eles estariam cheios de fome e perguntou:
- Têm fome?
- Sim, temos muita fome. – responderam ao mesmo tempo.
Acabaram rapidamente a conversa e foram comer. Zé Carlos era um excelente cozinheiro e como era noite de Natal fez um delicioso bacalhau cozido com batatas cozidas. Estava super, hiper, mega delicioso. No fim comeram uma bela sobremesa.
Esperaram ansiosamente pela meia-noite, ma cansaram-se e começaram a jogar ao esconde. A casa era grande e cheia de esconderijos. Mais tarde sentaram-se todos à lareira e Nuno e Inês perguntaram se eles não poderiam ser seus pais adoptivos.
- Claro que sim. Gostávamos muito. – disseram os senhores. Mas não sabemos se é possível.
- Mas vão tentar?
- Vamos.
Faltavam uns minutos para a meia-noite. Prepararam copos de champanhe para adultos e crianças. À meia-noite brindaram ao nascimento do Menino Jesus. Não trocaram prendas porque as prendas à volta da árvore eram falsas, só serviam para enfeitar.
Depois de tomarem um banho quente vestiram os pijamas e foram dormir. A noite acabou e tinha sido o melhor Natal das suas vidas.
No dia seguinte levantaram-se bem cedo e descobriram presentes debaixo da árvore. Eram verdadeiros e eram para eles. Foi uma grande surpresa para os irmãos. A prenda da Inês era uma boneca que trazia missangas e a do Nuno eram uns matraquilhos. Os dois adoraram as suas prendas e brincaram todo o dia.
Passado algum tempo foram adoptados pelo casal e viveram muito felizes naquele grande casarão.


Novembro de 2008
Agrupamento de Escolas Bernardino Machado/EB1 de Mogege
Márcia Gonçalves e Paulo Gonçalves – 3.º ano de escolaridade - 3º Lugar

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