MEU PAI EM MIM
Sei agora melhor o alheamento
E aquela espécie de melancolia
De meu pai. Mais do que envelhecimento
Era uma forma de sabedoria.
Um rir-se de seu próprio esquecimento
Alguém que devagar se despia
De tudo quanto nele era elemento
Força beleza a própria pontaria.
E agora se me dói o pensamento
Porque procuro um verso e não me sai
Há uma voz que me diz: é tudo um vento.
E algures dentro de mim sorri meu pai.
Manuel Alegre, 2006
3/13/2008
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